Desde já aviso que este é um post "a quente", pois acabo de chegar do cinema.
Para os amantes de acção do princípio ao fim e de muitos (mas mesmo muitos) tiros, este é um filme a não perder, mas tentem não pagar pois podem arrepender-se.
Genericamente a estória prometia: um tipo que descobre ter características fora do normal para os humanos que lhe permite saltar de prédio em prédio, quase voando, quase parar o tempo à sua volta e conseguir ser mais rápido do que as próprias balas, usar armas espectaculares e ter uma atitude ultra "cool" (Matrix??? pois... lá que parece, parece, mas se este filme chegasse aos calcanhares do Matrix - o primeiro - poderia ter uma nota positiva... lamentavelmente, não é o caso).
Banhada. Acho que é o melhor adjectivo que se aplica a este filme.
De positivo apenas as armas muito bonitas e as próprias balas esculpidas para as tornar únicas.
O resto é para esquecer.
De facto sente-se uma mistura de Matrix com Liga de Cavalheiros Extraordinários, mas tudo estoira perto do final (literalmente).
Já nos habituámos ao facto de o Senhor Morgan Freeman não ser particularmente cuidadoso na forma como escolhe os guiões dos filmes em que participa, podendo estrelar em filmes épicos como Seven, e em outras banhadas de campanha norte-americana em que os E.U.A. salvam o mundo de todo o tipo de ameaças, visíveis, invisíveis e/ou extra terráqueas.
Já quanto à Angelina Jolie, não é costume vê-la em filmes tão maus... e de facto é até um pouco revoltante a falta de critério que ela teve ao aceitar fazer este filme. Vê-la com armas de todo o género na mão é comum, mas em filmes onde, mal ou bem, tudo acaba por fazer algum sentido. Não é o caso deste filme.
Para abreviar, este filme parece ter sido escrito por alguém (nem quero saber quem foi) que se sente espezinhado pelo chefe e traído pela namorada e o seu melhor amigo (sim, juntos...) e que sente uma incontrolável vontade de os matar. Simplesmente, matar. de preferência com um tiro na cabeça.
E a mensagem que o filme passa... prepararem-se... é "Vocês são todos carneirada mole que é subjugada pelos patrões e a quem as namoradas põe os palitos. O que é que vão fazer quanto a isso? Sugiro matá-los a todos!"
Num país com massacres em escolas públicas e onde as pessoas "tropeçam" em armas ao passear na rua, parece-me realmente "responsável" fazer um filme com este tipo de mensagem, especialmente tendo em conta a capacidade de discernimento do público norte-americano.
Sinceramente, saí do cinema com pena de não viver na China. Pelo menos este filme teria sido proibido por lá. Há sempre algo de bom no que é genericamente mau (leia-se: num regime dictatorial).
Pelas (boas) cenas de acção, este filme ainda leva um ponto.
Nota final: 1/10
